Nos ensinamentos de S. João Paulo
II ele procura abordar duas questões humanas fundamentais: 1. O que significa
ser humano? 2. Como vivo minha vida de forma a obter a verdadeira felicidade? Para responder a primeira questão
temos que olhar para três estágios do drama humano: nossa origem, a nossa
história e o nosso destino. Onde estivemos, onde estamos agora e para onde
vamos.
Voltando a nossa origem descobrimos o plano original de Deus para a
união dos sexos, quando homem e mulher estavam nus e não sentiam vergonha,
porque viviam o perfeito amor de Deus. Porém isso não durou muito. Nós herdamos
a vergonha, o que demonstra que para nós é um esforço muito difícil amar à
imagem de Deus com nossos corpos. Já não vemos o corpo como uma teologia.
Cristo nos chama através do dom da redenção para vencer a luxúria. A luxúria é uma distorção do apetite sexual. Através do dom da redenção, há um poder real a fluir da morte e ressurreição de Cristo para desatar o que o pecado da luxúria tinha distorcido. Esta é a boa nova com a qual vamos ao mundo. Nós não vamos ao mundo condenando as pessoas pelos seus excessos. Vamos para o mundo demonstrando o que o mundo verdadeiramente anseia, que Cristo nos redimiu e nós podemos viver uma sexualidade redimida. Podemos aprender gradualmente, aceitando nossa cruz e seguindo a Cristo, podemos aprender o que significa amar.
Assim podemos entender a vocação
ao celibato e ao matrimônio, as duas vocações fundamentais do cristão. O
celibatário não rejeita a sua sexualidade, mas devota todas as suas energias e
desejos de união, para o matrimônio definitivo que será no Céu. Os celibatários
consagrados revelam ao mundo o propósito fundamental e o significado de nossa
sexualidade, pois estamos destinados ao casamento de Cristo com sua Igreja. E
agora temos um novo contexto para compreender a união matrimonial. A união
matrimonial só faz sentido para o cristão se for vivida de acordo com o plano
original de Deus em antecipação ao casamento definitivo de Cristo com a Igreja.
Se a união do homem e da mulher
em uma só carne deve ser a imagem da união de Cristo com sua Igreja aqui temos
um novo contexto para compreender a Encíclica Humanae Vitae do Papa Paulo VI.
Cristo disse: eu vim ao mundo para que minha noiva possa ter vida, e vida em
abundância. A Teologia do Corpo significa que o mistério de Deus é revelado
através de nossos corpos, através de nossa fertilidade. O amor de Deus dá vida,
o amor de Deus gera, é generoso, e por isso Deus nos deus órgãos genitais, para
podermos ser imagem de sua generosidade, gerando amor.
Tornar a união estéril é dizer:
eu não quero ser a imagem de Deus. Eu não quero amar minha esposa como Cristo
ama sua Igreja. "Para que serve
realmente a anticoncepção? (...) Os contraceptivos não foram inventados para
evitar a gravidez. Já dispúnhamos de um meio cem por cento eficaz, cem por
cento seguro para isto - a abstinência.
Em última análise, a contracepção tem como objetivo poupar-nos a dificuldade
que experimentamos ao ter de optar pela abstinência. Quando toda a fumaça
desaparecer, veremos que os contraceptivos
foram criados por causa de nossa falta de controle; para justificar nossa
entrega à luxúria." (Christopher West, "Teologia do Corpo para
Principiantes", pg. 119)
A imagem do esposo deve ser: este
é o meu corpo que dou a vós e a imagem da esposa deve ser: faça-se em mim
segundo a vossa palavra. Mas se inserirmos a contracepção neste cenário, a
linguagem é totalmente diferente, torna-se uma contradição, pois nega esta
entrega.
"A contracepção deve ser
considerada tão profundamente imoral, que nunca, por razão nenhuma, seja tida
como aceitável. Pensar ou dizer o contrário equivaleria a afirmar que, ao
longo da vida, podem surgir situações nas quais seja legítimo não reconhecer
Deus como Deus. (J. Paulo II, 10.10.1983)
S. João Paulo II disse que o
corpo humano na relação sexual é profético. E o que é um profeta? É aquele que
proclama o mistério de Deus. E o Papa acrescenta: temos que ser muito
cuidadosos para distinguir entre verdadeiros e falsos profetas. Porque se
podemos falar a verdade com nossos corpos, também podemos dizer mentiras com
nossos corpos. E se escolhermos contar mentiras com nossos corpos, então
negamos o valor e o significado da própria humanidade, criada homem e mulher a
imagem e semelhança de Deus. Este é o novo contexto que o Santo Padre nos
apresenta para compreendermos a Humanae Vitae.
"Quais foram as mentiras que lhe impingiram, as falsidades que
engoliu pensando serem verdades? Também aqui precisamos ficar atentos, porque,
atrás de tudo, encontra-se o sei anseio por um amor autêntico. O pecado sexual
é uma busca de satisfação que nenhuma 'água tônica' consegue saciar. É
justamente aqui que Jesus se encontra conosco, sem jamais nos condenar. (...) O
pecado fecha para o dom, enquanto a fé abre para o receber e com ele
satisfazer-se.Não tenha medo! Jogue bem abertamente a sua sexualidade diante de
Cristo. Ele jamais nos despojará de
nossa humanidade. Ao contrário, no-la revelará plenamente." (Christopher
West, "Teologia do Corpo para Principiantes", pg. 78)
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