quarta-feira, 10 de setembro de 2014

CRIADOS PARA AMAR - PARTE 4

Ontem, falávamos que no princípio e no fim da Bíblia o casamento de Adão e Eva é uma prefiguração do casamento de Cristo e sua Igreja. É por isso que somos homens e mulheres. Estamos destinados a algo muito maior do que esta Terra pode oferecer. A união dos sexos é tão bonita e maravilhosa como é, é só uma prefiguração de algo muito maior a união de Cristo e a Igreja.

"Nas alegrias do seu amor aqui na terra, Deus lhes dá (aos esposos) um antegozo do festim de núpcias do Cordeiro" (CIC 1642)

Quando perdemos a visão da união fundamental de Cristo e da Igreja, começamos a adorar a imagem, começamos a adorar a criatura em vez do Criador. E por isso, como S. Paulo disse no Capítulo 1 da Carta aos Romanos, quando isso acontece, quando adoramos o corpo humano, em vez daquilo que o corpo nos revela, o divino, então estamos nos entregando à luxúria, à perversão, porque já não compreendemos que a união dos sexos é um mistério sacramental que nos conduz a algo muito maior.

"O estado moral de um povo é avaliado pelo sentimento de decoro de suas mulheres e pelo valor que os homens conferem à nobreza e honestidade da mulher. Quem, para seguir a moda e o cultivo do corpo, romper o véu protetor do sentimento do decoro, despertando os apetites sexuais do homem, cava a ruína de seu próprio povo." (P. Kentenich)

Se a união dos sexos deve ser uma prefiguração do Céu, se deve nos mostrar a realidade eterna da Trindade, por que não a vemos deste modo? O inimigo de Deus quer nos afastar do Céu, assim ele ataca a união dos sexos que deve ser uma prefiguração do Céu. O que é mais sagrado no mundo é o mais profundamente profanado. Atacando isso, o demônio nos confunde e não sabemos mais o que é ser homem e ser mulher, assim nos desconecta com o divino.  Porque é a nossa criação como homem e mulher, chamados a tornarem-se uma só carne que revela ao mundo o mistério eterno escondido em Deus.

A Teologia do Corpo é um forte chamado para reclamarmos o que o diabo plagiou. É uma ilusão pensarmos que podemos construir a cultura da vida, se não reclamarmos o que o diabo plagiou. Se 
quisermos reclamar isso, devemos estar prontos para uma violenta batalha espiritual.

"Desde o pecado original, há profunda cisão entre a vida instintiva, espiritual e sobrenatural. A vida instintiva luta constantemente e com todas as forças contra a vida do espírito. Não quer mais servir, mas dominar. Desde então, o corpo não é súdito dócil, submisso e tranquilo, porém um revolucionário inquieto. A mortificação tem a tarefa de tirar as rédeas do homem instintivo e colocá-las nas mãos do homem espiritual e divinizado." (P. Kentenich)

Não é coincidência que logo depois que S. Paulo explicou em Efésios 5 o significado da união em uma só carne, no Capítulo 6 ele nos chama a pegarmos nossas armas para a batalha espiritual. E a primeira arma que ele diz para pegarmos para ganharmos esta batalha é "cinjam sua cintura com a verdade". Esta "cintura" da qual ele fala são os órgãos genitais. Vivemos numa cultura que nos encoraja a proteger nossa "cintura" com látex.

Precisamos conhecer a verdade sobre a nossa sexualidade, para que fomos criados como homens e mulheres e é esta a arma que precisamos para sermos vencedores na grande batalha espiritual em que vivemos atualmente.


"Os esposos que, pela graça de Deus, se amam conforme o plano original do Criador - e confiam na sua misericórdia quando falham no seu amor mútuo - não precisam temer o teste. Eles estão prontos e dispostos a colocar-se 'entre as forças do bem e do mal (...) porque o amor confia na vitória do bem e está pronto a fazer o que for necessário para garantir sua vitória' (J. Paulo II, 27.06.1984)" (Christopher West, "Teologia do Corpo para Principiantes", pg. 112)

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